Projeto das Datas-base 2018/2019 é finalmente aprovado na ALMG
SINDSEMPMG vinha lutando por esse direito dos servidores há mais de dois anos
SINDSEMPMG já se articula com outras entidades e com deputados estaduais para impedir a aprovação de prejuízos aos servidores na ALMG
O governador Romeu Zema (NOVO) terá de privatizar a Cemig, a Codemge/Codemig e a Copasa, além de congelar salários e demitir servidores comissionados e não estáveis se quiser a ajuda do governo federal para tirar o estado da crise financeira.
Os pontos estão entre as principais exigências formalizadas pelo governo federal para Minas Gerais aderir ao regime de recuperação fiscal proposto pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e integram um extenso documento do Tesouro Nacional que detalha a situação financeira de Minas.
No dia 30 de abril, quando fez um seminário para falar da necessidade de aderir ao regime de recuperação, Zema comparou a situação do estado a um tumor e disse que a única chance de o Estado sair da crise é aderir ao plano.
Na ocasião, o secretário da Fazenda Gustavo Barbosa antecipou que Minas precisará ficar no regime por seis anos, prazo máximo oferecido pela União. No mesmo dia, o secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida falou que o governo federal não abriria mão do congelamento de salários e das privatizações.
Privatizações
Segundo o documento, com os números “não se vislumbra a possibilidade de se abrir mão de privatizações para permitir a quitação de passivos”.
O Tesouro coloca formalmente a exigência de privatizar a Cemig, a Copasa e a Codemge/Codemig, esta última responsável pela maior reserva de nióbio do mundo, encontrada no século XIX em Araxá, cidade natal do governador. Para as medidas, no entanto, o governo Zema precisará do aval da Assembleia Legislativa. O Tesouro recomenda ainda que o estado invista em outras alienações para obter mais recursos.
Embora sejam apontadas como recomendações, na prática, as medidas são exigências, já que o governo federal tem a palavra final para aceitar ou não incluir o estado no regime de recuperação.
No campo das despesas, Zema vai ter que cumprir medidas previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal para se adequar aos limites previstos. O relatório do Tesouro diz que Minas vai ter que reduzir em pelo menos 20% os cargos comissionados e funções de segurança e, caso isso não seja suficiente, exonerar servidores não estáveis. Se nem assim a situação se resolver, “o servidor estável poderá perder o cargo conforme determinado na LRF”.
Zema também não poderá conceder aumento salarial para os servidores do estado nem contratar pessoal, a não ser que cargos fiquem vagos. Com isso, novos concursos públicos estarão suspensos enquanto dura a adesão ao plano federal.
O governo precisará aumentar a contribuição previdenciária dos servidores civis ativos, aposentados e pensionistas e militares e separar a gestão previdenciária da gestão de assistência à saúde. O plano fala ainda na possibilidade de os militares da reserva receberem adicional para exercer atividades civis, de modo a evitar novas contratações de servidores.
Veja as exigências no plano de recuperação fiscal para Minas:
Receitas
Despesas e funcionalismo público
Patrimônio / Privatizações
Deputados contrários
Os líderes dos dois blocos independentes e do de oposição na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), que, juntos, reúnem maioria de 56 deputados na Casa, afirmaram na manhã desta sexta-feira (7) que os termos atuais do ajuste fiscal proposto pelo governo federal para Minas Gerais não terão votos suficientes para serem aprovados.
Para privatizar empresas, o governador Romeu Zema (Novo) precisa do aval de pelo menos 48 parlamentares, já que a proposta depende de quórum qualificado, mas sua base formal na Casa só tem 21 nomes.
Os deputados dizem ser contrários ao congelamento de salários e às privatizações. Os termos da Secretaria do Tesouro Nacional para a adesão de Minas ao regime de recuperação foram antecipados com exclusividade pelo Estado de Minas na manhã desta sexta-feira (7).
Parlamentares também alegam que o governo estadual deveria colocar na negociação a dívida da União pela não compensação das perdas com a Lei Kandir, que isentou exportações do pagamento de ICMS para o estado. Pelos cálculos dos parlamentares, Minas teria um passivo de R$ 135 bilhões a cobrar e receber.
Publicado em 10/06/2019 às 14:48