
Unimed Nacional: adesão sem carência e taxa de internação zero só em setembro!
O plano ainda conta com assistência aeromédica. Reajuste anual também acontece esse mês para os já conveniados
Eu assisti Ulysses Guimarães* vaticinar boas novas ao povo brasileiro: “Declaro promulgada, o documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da Justiça Social do Brasil. Que Deus nos ajude e que isso se cumpra”.
Era uma quarta-feira qualquer, mas o dia 5 de outubro de 1988 mudou as nossas vidas com a promulgação da 8ª Constituição brasileira. Era o fim (até que enfim!) do resquício da Ditadura Militar que se instalou no Brasil com um golpe em 1964 e que agonizou no intervalo de 1985 a 1988 sob um governo civil, mas eleito indiretamente e governando sob a égide da “constituição” militar de 1967.
Hoje, 30 anos após, evoluímos muito! Embora longes de ver a Justiça Social de Ulysses materializar-se plenamente, evoluímos.
O acesso aos serviços públicos de saúde se universalizou; todos os brasileiros têm direito a uma vaga em escola pública primária e secundária; a parcela da população brasileira vivendo em extrema pobreza reduziu-se; o ingresso de pobres, negros e deficientes em instituições de ensino superior foi facilitado; o acesso à Justiça ampliou-se; a atuação do Ministério Público expandiu-se, deixando de ser meramente penalista para alcançar a proteção de direitos individuais indisponíveis, direitos coletivos e até difusos; a sociedade tem participado de decisões de seu interesse por meio de conselhos municipais, estaduais e federais; a Previdência Social passou a incluir trabalhadores rurais como seus beneficiários e a assistência social expandiu sua ação; as minorias e as mulheres têm leis específicas para protege-las, entre outros avanços.
Vê-se que, além de serem muitos, as melhorias experimentadas desde 1988 se deram em áreas diferentes, mas têm um elemento comum: a presença de servidores públicos trabalhando para a efetivação das melhorias.
Se é consenso mundial que o papel do Estado é garantir o bem-comum de uma nação, é igualmente certo que o cumprimento dessa missão será tão mais eficaz, efetivo e eficiente quanto mais engajados, qualificados e satisfeitos estiverem os seus agentes – esse é inclusive um postulado da iniciativa privada, o sucesso de uma empresa depende do desempenho de seus colaboradores. E o desempenho desses está diretamente ligado à sua valorização pela instituição que o contrata e pelo reconhecimento dos destinatários de seus serviços.
Ocorre que, infelizmente, esse propósito de Bem-Estar Social da CF/88 vem sendo literalmente boicotado desde o início. Forças contrárias têm atuado de forma invisível influenciando os detentores do poder político para barrar medidas de redistribuição de renda, de redução das desigualdades sociais, de ampliação do acesso à Justiça, de universalização do atendimento em saúde e em educação; de socialização das terras improdutivas; dentre outros. É por isso que temos um modelo tributário que taxa prioritariamente o consumo e atinge principalmente os mais pobres, ao invés de taxar lucros, grandes fortunas e patrimônios. Por essa razão convivemos com grande restrição orçamentária e financeira nas áreas de saúde pública e de educação, enquanto empresas privadas exploram esse mercado de forma indiscriminada e praticamente sem controle estatal. Por isso, são divulgadas notícias negativas sobre a ação dos movimentos sociais que buscam melhorar a distribuição de terras no Brasil, ao invés de informar que apenas 729 agricultores possuem 4.057 imóveis rurais e devem R$ 200 bilhões em impostos, detendo uma área capaz de assentar 214 mil famílias, enquanto o número de famílias aguardando pela reforma agrária é de apenas 120 mil.
Ao mesmo tempo, os atores incógnitos têm pregado a implantação de um Estado Mínimo, ao invés de um Estado Provedor das necessidades do povo. Alardeiam que o Estado está inchado e não consegue pagar a massa de trabalhadores estatais, esquecendo-se que dados da própria Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) demonstram que o gasto dos governos Federal, Estadual e Municipal com pessoal, comparativamente ao tamanho da economia e ao número de habitantes é bem menor do que o aplicado em diversos países desenvolvidos da OCDE. Difamam a grande maioria dos servidores, que trabalham diuturnamente em favor da sociedade, dizendo que são improdutivos e preguiçosos. Defendem a substituição dos servidores por trabalhadores terceirizados, tanto para aumentar o mercado em favor de suas empresas de mão-de-obra quanto para poderem precarizar as relações trabalhistas e destinarem mais recursos para pagamentos de juros de uma dívida que sequer admitem que seja auditada. Propõem medidas legislativas que facilitam a substituição de servidores públicos concursados, extinguem a estabilidade e impõem avaliações de desempenho absolutamente subjetivas e desprovidas de critérios mensuráveis como forma de subjugar as categorias do funcionalismo público.
Poderia elencar ainda muitas medidas de sabotagem contra a efetividade do Estado do Bem-Estar Social intentado pela Constituição Federal, mas o que é importante destacar neste momento é que, a despeito de todas as ações para prejudicar a sociedade, os servidores públicos têm sido resilientes e importantes, ajudando-nos a avançar no caminho de um Brasil bom para todos.
Neste dia em que celebramos 30 anos da Constituição Cidadã, nossa homenagem e agradecimento a cada servidor público que honra sua missão, por vezes trabalhando sob condições adversas, para o bem do país. Sei que temos um caminho de dificuldades pela frente, mas acredito em nossa disposição e inteligência para superá-las.
Eduardo de Souza Maia
Bacharel em Comunicação e em Direito; integrante do Ministério Público do Estado de Minas Gerais; Militante de movimentos sociais e sindicais.
*Deputado Federal Ulysses Guimarães. Presidente da Câmara dos Deputados em 1988. Promulgou a Constituição Federal de 1988. Participou dos movimentos pela redemocratização do Brasil. Foi candidato a Presidente da República em 1989. Declarado morto em acidente aéreo ocorrido em 17 de outubro de 1992.
O plano ainda conta com assistência aeromédica. Reajuste anual também acontece esse mês para os já conveniados
SINDSEMPMG participou de ato que formalizou queixa por descumprimento da Convenção 151 da OIT. Dispositivo determina que países signatários da convenção promova a negociação coletiva no serviço público, o que vem sendo descumprido pelo Estado bras...