O SINDSEMPMG marcou presença no 2º Seminário Internacional Pró-Reparações - Um projeto de Nação, realizado de 10 a 15 de novembro, em Belo Horizonte, reunindo lideranças de diversos países para discutir justiça racial e políticas reparatórias. O Sindicato, juntamente com TCE, UFMG, SINJUS e outras entidades, foi um dos apoiadores do Seminário organizado pelo Coletivo Minas Pró-Reparações. Representando a entidade, a Coordenadora-Geral Fanny Melo mediou o Painel Temático VI – “Panafricanismo e a luta pró-reparações em Angola”, no dia 12/11, contribuindo para um debate profundo sobre desigualdades históricas, colonialidade e estratégias de reparação.
Em sua fala, Fanny destacou a necessidade de ampliar o alcance das discussões sobre racismo e reparação, reforçando que ainda é preciso romper barreiras para atingir públicos que desconhecem essa história. “A gente precisa avançar. Temos muita luta e muito debate. O Brasil esqueceu e não sabe sua história”, afirmou, lembrando que temas como colonialismo sequer chegam de forma clara às crianças e jovens. A dirigente também ressaltou a persistente negação de direitos básicos à população negra, especialmente o acesso digno à educação, às políticas públicas e culturais. Segundo ela, reparação exige reconhecimento internacional e ações concretas: “O primeiro passo é reconhecer. Precisamos exaltar o reconhecimento de Portugal e cobrar que outros países venham a público assumir o que fizeram e o que seguem fazendo. Sem reconhecimento, ainda falta um passo muito grande na reparação”.

Fanny reforçou ainda o papel das instituições públicas e da sociedade civil na construção de políticas efetivas e na criação de mecanismos que deem voz às comunidades historicamente silenciadas. “Nós acreditamos na equidade, e para que ela exista, precisamos dar condição. Nada para nós, sem nós”, destacou, chamando para a responsabilidade coletiva de transformar debates em práticas reais.
Declaração de Belo Horizonte
Os intensos debates realizados ao longo dos seis dias do Seminário, em espaços como o Tribunal de Contas, a Assembleia Legislativa e a UFMG, resultaram na Declaração de Belo Horizonte, documento internacional que consolida diretrizes e compromissos para o avanço das políticas de reparação no Brasil e nos países participantes. A Declaração é considerada um marco histórico, pois reúne perspectivas plurais e reafirma a urgência de medidas institucionais que combatam o legado escravocrata e colonial.
A construção coletiva desse documento fortalece alianças internacionais e reforça o entendimento de que reparação é um compromisso estruturante, que exige políticas públicas, investimentos, reconhecimento das violências históricas e participação direta da sociedade civil organizada.
Com sua participação ativa no Seminário, o SINDSEMPMG reafirma seu compromisso com a pauta antirracista e com a construção de caminhos que promovam justiça, memória e igualdade para a população negra no Brasil e em toda a diáspora africana.
Publicado em 25/11/2025 às 15:04