O SINDSEMPMG apoia as medidas da FENAMP e da CSPB contra as reiteradas ofensivas aos servidores públicos
“Ao investir contra os servidores e servidoras públicas, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstra total desqualificação para o cargo que ocupa e revela a estatura do seu caráter destorcido, sem o mínimo respeito ao sofrimento de milhares de pessoas no Brasil que sofrem as consequências da pandemia do COVID-19. O Ministro já qualificou os trabalhadores do setor público com PARASITAS, SANGUE-SUGAS, ASSALTANTE DOS COFRES PÚBLICOS, dentre outras detratações, e por último cometeu o impensável desatino de declarar em reunião ministerial que o Estado enxerga os funcionários púbicos como inimigos a serem abatidos com granada no bolso. Não dá para aceitar essas barbaridades como expressões meramente metafóricas.
Considerando a gravidade das seguidas agressões proferidas pelo ministro, a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB, não só repudia os ataques, como está impetrando ações judiciais reparatórias contra o ministro.
Paulo Guedes, parece se sentir à vontade no seu habitat autoritário, assim como na função de destruir direitos da classe trabalhadora e aprofundar a miséria das camadas mais pobres da população. Agride e ofende os servidores e as servidoras públicas, desviando a atenção das suas práticas nocivas e usando o governo para tornar mais ricos os poucos bilionários que concentram a riqueza nacional, especialmente banqueiros, uma camada social de parasitas que sequestram quase 50% do orçamento brasileiro.
O que se afirma acima é inegável. São conceitos extraídos do que disse o próprio Ministro na fatídica reunião ministerial exibida por ordem do STF, quando o Ministro Paulo Guedes diz, explicitamente, que a opção econômica deve ser por abandonar as pequenas e médias empresas para morrer à própria sorte porquê “com essas nós perdemos dinheiro”. Diz ainda que a opção é por injetar dinheiro nas grandes empresas porquê “com essas vamos ganhar dinheiro”. Destaque-se aqui que as pequenas e médias empresas são responsáveis por mais de 70% dos empregos no País.
Incapaz de executar uma política econômica que recupere a indústria nacional, gere empregos e possibilite distribuição de renda, Paulo Guedes tem o objetivo confesso de transformar o Brasil em um ambiente amoral, para a saciedade de bilionários internacionais, conforme sua fala no sinistro vídeo da reunião ministerial do governo, divulgado por ordem do STF, que recentemente chocou a todos.
O ministro Guedes parece não se impactar com as mortes em massa, desde os tempos em que serviu à ditadura do General Pinochet, no Chile, que causou centenas de milhares de assassinatos políticos. Não se espera de Paulo Guedes qualquer compaixão ou remorso, até porquê sua função estratégica é servir aos interesses dos parasitas da especulação financeira, que aufere rios de dinheiro cuidadosamente protegidos da altíssima carga tributária brasileira.
Além de tudo isso, Paulo Guedes é mentiroso compulsivo, pois insiste em afirmar que os servidores públicos têm reajustes salariais automáticos, que o funcionalismo federal consome cerca de 90% da receita da União e que são parasitas roubando a Nação. O ministro sabe que o último reajuste do funcionalismo federal foi em 2015. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as perdas salariais da categoria já alcançam o índice 33%. Paulo Guedes sabe que na maioria dos estados não há reajustes e os servidores recebem seus vencimentos com atraso de até três meses. Sabe, também, que em grande parte dos municípios é necessária uma complementação para que o vencimento tenha o valor do Salário Mínimo.
Paulo Guedes é um homem que se movimenta no Governo tramando o extermínio das políticas de proteção social, a desvalorização do salário mínimo, a precarização do trabalho, o desmonte dos serviços públicos, a entrega do País à empresas oligopólicas estrangeiras e a transferência de recursos públicos para os banqueiros.
Ao contrário do que afirma Paulo Guedes, para a CSPB, um dos principais fatores característicos da formação do Brasil, desde a independência, em 1822, é a existência de um corpo de funcionários públicos, cujo trabalho foi, e continua sendo, decisivo para transformar o nosso País em uma Nação soberana.
Os serviços públicos, civis e militares, são o pilar fundamental sem o qual o País não funciona. O próprio Ministro Guedes é uma prova disto, pois deve sua formação acadêmica a Universidade e Bolsa de Estudo públicas. Portanto, além de mentir sobre os servidores públicos, o Ministro da Economia é ingrato e, como se afirma no jargão popular, cospe no prato em que comeu.
As críticas aos serviços públicos nas políticas neoliberais e ultraliberais de desmonte do Estado são programáticas e a CSPB tem, ao longo dos seus 63 anos de história, inúmeras páginas de luta e resistência a estas práticas de governos no Brasil.
Mas, a injúria, a calúnia e as ofensas do ministro Paulo Guedes, de tão absurdas e estarrecedoras, não podem ficar apenas no repúdio veemente ou em manifestações públicas de desagravo. É preciso ir mais além.
Por isso a CSPB está acionando judicialmente o Ministro da Economia, Paulo Guedes, por delitos de várias naturezas, tais como advocacia administrativa; assédio moral e danos morais coletivos; calúnia; injúria e difamação; conduta incompatível com o exercício de cargo público, na forma do artigo 148 da Lei 8.112/90; inserção de dados falsos em sistema de informações, de acordo com o artigo 313 do Código Penal; crime de concussão; improbidade administrativa, entre outros, a serem arrolados nas ações nas cíveis e penais.
Rentista e especulador do mercado financeiro, inclusive sendo investigado por crimes contra fundos de pensão, o ministro Paulo Guedes desconhece o cotidiano do funcionalismo público, sobre os quais quer impor um dos piores arrochos salariais da história.
A postura equivocada, maldosa e injuriosa do ministro não contribui para modernizar e transformar o Estado brasileiro e nem ajuda nas reformas necessárias para garantir serviços públicos de qualidade e em quantidade demandada pela população.
Dessa forma, ao mesmo tempo que repudia as reiteradas agressões do ministro Paulo Guedes, a CSPB afirma a sua disposição de ir até as últimas consequências na defesa da categoria profissional dos servidores públicos, em defesa da honra e da dignidade destes trabalhadores e trabalhadoras, aos quais se deve, em grande medida, a existência soberana da Nação brasileira.
João Domingos Gomes dos Santos
Presidente da CSPB-Confederação dos Servidores Públicos do Brasil
Fonte: CSPB
- FENAMP
A Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (FENAMP) em fevereiro também denunciou o Ministro da Economia, Paulo Guedes, no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter cometido crime de responsabilidade quando afirmou que os servidores seriam os “parasitas” das contas públicas, em palestra dada por ele no dia 7 de fevereiro de 2019.
Publicado em 28/05/2020 às 11:01