SINDSEMPMG produz mini-vídeos explicando a Reforma da Previdência
O advogado do sindicato Abelardo Sapucaia explica em poucos minutos os impactos da PEC na vida dos servidores
Entidades travam luta constante para barrar aprovação dessas medidas
Menos de uma semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que é inconstitucional a redução de salário dos servidores públicos, parlamentares do Congresso Nacional já articulam uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para mudar a legislação e permitir que governos possam adotar essa medida como meio para contenção de gastos. Nesta semana, o senador José Serra (PSDB-SP) já apresentou uma emenda à PEC da Reforma da Previdência para alterar o texto constitucional.
No último dia 22/8, a maioria dos ministros do STF votou por proibir que estados e municípios reduzam temporariamente a jornada de trabalho e o salário de servidores públicos quando os gastos com pessoal ultrapassarem o teto de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL) com gasto de pessoal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A decisão ocorreu em julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 2238, que tramitava desde que a LRF passou a vigorar, em 2000.
Nos últimos anos, a pressão dos governos colocou o tema em pauta no STF e diversas entidades, entre elas o SINJUS-MG e a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), batalharam pela irredutibilidade dos salários dos servidores. O SINDSEMPMG e a Fenamp também estiverem presentes. Foram várias reuniões e encontros com políticos e magistrados debatendo o tema.
O coordenador-geral do SINJUS-MG e coordenador jurídico da Fenajud, Wagner Ferreira, participou de muitas dessas agendas e acompanhou no plenário do STF a decisão da Corte em favor dos servidores.
“Foi preciso muita articulação para conseguirmos garantir a inconstitucionalidade desses dispositivos da LRF. Contudo, logo depois de anunciado o resultado da sessão do Supremo, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, já falou em fazer uma PEC. Agora, em menos de uma semana, o senador José Serra apresenta o texto. Pelo que se vê, há uma articulação para contornar a decisão do STF e retirar diretos dos servidores”, alerta Wagner Ferreira.
O documento elaborado pelo senador tucano propõe que a redação do parágrafo 3º do artigo 169 da Constituição Federal abra a possibilidade de que governos possam promover a:
A emenda foi apresentada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que está analisado a Reforma da Previdência (PEC 6/2019).
De acordo com Wagner Ferreira, o momento exige ainda mais mobilização. “Os servidores públicos de todo o país precisam aumentar a pressão sobre os senadores e os deputados federais. Já estamos sofrendo defasagens salariais, sobrecarga de trabalho e severas retiradas de direitos. Essa emenda é um atentado a um direito constitucional do servidor”, complementa.
Fonte: Sinjus
Publicado em 03/09/2019 às 14:33