Dia Nacional da Consciência Negra relembra a luta de brasileiros por direitos básicos

Dia Nacional da Consciência Negra relembra a luta de brasileiros por direitos básicos

 

Ontem (20), data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, é, acima de tudo, uma oportunidade para a sociedade brasileira refletir acerca das desigualdades socioeconômicas impostas à grande parcela da sua população.

 

Enquanto a maior parte dos 205 milhões de brasileiros, 54,9%, se declarou parda ou negra ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostraram que, em 2016, negros ocupavam apenas 27% dos empregos de nível superior. E a diferenciação por cor ocorre em todo o País. A renda dos brasileiros brancos é maior que a dos brasileiros negros em todos os Estados. Em Minas Gerais, a média da renda das pessoas de pele clara é de R$ 2.276, enquanto a daquelas de pele escura é de R$ 1.880, uma diferença de 17%.

 

A causa desses números tão distantes não está na pigmentação da pele e/ou na capacidade biológica/intelectual, mas sim na falta de oportunidade e reconhecimento iguais para pessoas de cores branca e negra.

 

Segundo o IBGE, no Brasil, a taxa de analfabetismo entre as pessoas pretas ou pardas é 9,3%, mais que dobro do apurado entre as pessoas brancas 4%. Já o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que, em 2010, a esperança de vida ao nascer dos negros estava em 73,2 anos, enquanto a dos brancos era de 75,3 anos.

 

O resultado de menos oportunidades de educação e saúde se reflete não só no campo econômico, mas também no social. Por isso, ainda de acordo com a ONU, 70,8% de todos os 16,2 milhões que vivem atualmente em situação de extrema pobreza no Brasil são negros. Para agravar, dados do Ministério da Justiça apontam que 64% da população carcerária no Brasil também é de negros.

 

Ou seja, a dívida histórica que o Brasil se recusa a pagar aos seus cidadãos negros resulta na exclusão e distinção no mercado de trabalho, na vulnerabilidade social e, sem exagero, genocídio em guetos e regiões de extrema pobreza nas capitais e no interior do País.

 

Que este Dia Nacional da Consciência Negra seja uma data em que o Brasil e os brasileiros possam se sensibilizar sobre o quão nociva, perversa e autodegradante é uma nação que exclui os seus próprios cidadãos.

 

Fonte: Sinjus

Publicado em 21/11/2018 às 14:00

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