Na Assembleia, ala progressista aumentou. No Congresso, cenário é obscuro

Na Assembleia, ala progressista aumentou. No Congresso, cenário é obscuro
Foto: Ana Volpe/ Agência Senado

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país e, na avaliação de muitos cientistas da área, o estado representa uma amostra da política nacional.

Algumas surpresas e recordes marcaram o primeiro turno, como a eleição da primeira deputada federal negra do PT de Minas Gerais, Dandara Tonantzin (PT), e o recorde de votação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com a reeleição de Beatriz Cerqueira (PT).

Por outro lado, a eleição recorde do ultraconservador Nikolas Ferreira (PL) entrou para a história como a maior votação para o cargo no país, com mais de 1,5 milhão de votos.

No Legislativo mineiro

O percentual de renovação da ALMG foi o menor dos últimos 20 anos, com 32,45%. Dos 66 atuais deputados que tentaram reeleição, 52, ou seja, quase 70% desses candidatos, conquistaram um novo mandato.

Apesar disso, a legislatura que se iniciará em 2023 terá a maior bancada feminina da história da ALMG com 15 deputadas, sendo quatro do PT e uma do PSOL. A vitória é representativa diante das recentes ameaças misóginas contra parlamentares mineiras. O número de mulheres negras na Casa também aumentou com a chegada de Macaé Evaristo (PT), atual vereadora em Belo Horizonte.

A bancada progressista também conseguiu ampliar sua atuação. O PT, por exemplo, passará de dez para 12 cadeiras em 2023, sendo a legenda com maior número de cadeiras na Casa. Já o PSOL conquistou uma vaga com Bella Gonçalves.

O PL, que após as mudanças partidárias deste ano passou a ter dez cadeiras na ALMG, perdeu uma vaga e seguirá com nove representantes. Assim como o PSD, que também perdeu um representante e ficará com nove cadeiras em 2023. Já o Novo, partido do reeleito governador Romeu Zema, não ampliou sua representação e segue com dois cargos na Casa.

O partido que mais perdeu numericamente sua representação foi o Partido Verde, que caiu de sete para quatro vagas. Em termos percentuais, quem sofreu a maior perda foram o PSB e o PSDB, que tinham três representantes e agora tem apenas um. Na outra ponta, o partido que mais ganhou cadeiras percentualmente foi o PP, que tinha apenas um e subiu para seis.

O Democracia Cristã que não tinha nenhum representante na Casa conquistou uma vaga e o PTB perdeu sua cadeira, ficando sem representação na Assembleia mineira.

Como ficam as bancadas no Congresso

Nestas eleições, Minas Gerais entrou para história com a votação do representante da extrema direita Nikolas Ferreira (PL). O candidato a deputado federal foi o mais votado do Brasil para o cargo com mais de 1,5 milhão de votos. Por outro lado, o PT de Minas também elegeu sua primeira deputada federal negra, com a chegada de Dandara Tonantzin (PT). Ambos os partidos ampliaram o número de representantes na casa.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o PL terá a maior bancada mineira no Congresso com 11 deputados, seguido pela bancada PT, PCdoB e PV com dez representantes. Seguidos pelo Avante, com cinco, e PSD, com quatro representantes.

Outros destaques no pleito do Congresso foram as eleições de Célia Xakriabá (PSOL), primeira deputada federal indígena eleita pelo estado e a candidata Duda Salabert (PDT), que junto com a parlamentar Erika Hilton (PSOL-SP), será a primeira parlamentar trans do Congresso Nacional.

Confira como ficaram as bancadas mineiras no Câmara:

PL tinha sete e passará para 11
PT, PC do B e PV tinham oito e aumentaram para dez
União Brasil tinha três e seguiu com três cadeiras
PP tinha sete e perdeu quatro, ficando com três vagas
Republicanos tinha quatro e perdeu metade dos parlamentares
MDB tinha três representantes e agora seguirá com dois
PSD manteve seus quatro representantes
PSDB e Cidadania tinham três e caíram para dois
PDT tinha um e conquistou mais uma vaga, ficando com dois
PSB tinha um e perdeu sua cadeira, ficando sem representante
PSOL e Rede mantiveram uma cadeira cada
Podemos tinha um e conquistou mais um para 2023
Avante tinha três e saltará para cinco
PSC mantém a cadeira que já tinha, ficando com um representante
Patriota tinha dois foi para três cargos
Solidariedade segue com um representante
Pros também segue com um representante
Novo perdeu as duas cadeiras que possuía e não terá representante em 2023
PTB segue sem nenhum representante na Câmara Federal

Senado conservador

Com a saída de Alexandre Silveira (PSD), que termina seu mandato em 2023 e não conseguiu se reeleger, a representação dos mineiros no Senado será ultraconservadora com a chegada de Cleitinho (PSC), eleito com 41,52% dos votos, que ocupará o cargo de 2023 até 2030.

Além do novato, Carlos Viana (PL) que não conseguiu se eleger para o governo mineiro, seguirá no cargo de senador até 2027, assim como Rodrigo Pacheco (PSD).

Fonte: Amélia Gomes/ Brasil de Fato

 

Publicado em 04/10/2022 às 09:08

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